segunda-feira, junho 06, 2005

Beijinho - Carlos Paiao

Ai rapariga, rapariga, rapariga
Que so dizes disparates, disparates, disparates
E tanta asneira, tanta asneira, tanta asneira
Que p'ra tirar tanta asneira nao chegam cem alicates.
Mas tu nao sabes, tu nao sabes, tu nao sabes
Que isso de dar um beijinho ja é um costume antigo
Ai quem te disse, quem te disse, quem te disse
Que la por dares um beijinho tinhas de casar comigo.
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-O chega ca...
- Nao vou!
- Tu és tao linda...
- Pois sou!
- Da-me um beijinho...
- Nao dou!
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Interesseira, convencida, ignorante, foragida,
Sua burra, és a miuda mais palerma, cameloide que eu ja vi,
Mas por que raio é que tu queres os beijinhos so p'ra ti?
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Ora da ca um e a seguir da outro,
Ora da mais um que so dois é pouco
Ai eu gosto tanto e é tao docinho
E no entretanto da mais um beijinho.
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Ai rapariga, rapariga, rapariga,
Das-me cabo do miolo, p'ra te levar com cantigas.
Ai mas que coisa, mas que coisa, mas que coisa,
Diz la por que é que nao és como as outras raparigas.
Quando eu pergunto se elas me dao um beijinho,
Dao-me tantos, tantos, tantos, que parecem nao ter fim
E tu agora estas com tanta esquisitice
Que qualquer dia ja queres e nao sabes mais de mim.
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- Das ou nao das?...
- Nao e nao!
- Entao dou eu...
- Oh! isso nao!
- Da-me um beijinho...
- Nao dou nao!
- Nao das porque, sua esganada, egoista, malcriada,
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Sua parva, so se pensas que eu acaso tenho a barba mal cortada
E ve la se tens receio que a boca arranhada.
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- Entao va la...
- Ja disse!
- Eu faço força...
- Oh! que parvoice!
- Da-me um beijinho...
- Oh! que chatice!
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Analfabruta, pestilenta, hipocondriaca, avarenta, bexigosa,
Vou comprar um dicionario que so tenha nomes feios
Que é p'ra eu tos chamar todos até teres os ouvidos cheios.